O Nascimento da Ciência
O primeiro contato que temos com a ciência é no momento em que nascemos. Ao abrirmos os olhos, todo aquele mundo idealizado no útero da mãe passa a ganhar contornos e a ter um significado pessoal. A partir deste momento, o corpo passa a ser nosso próprio laboratório, e cada experiência, uma nova descoberta.
Na medida em que crescemos, vamos descobrindo o prazer de comer, a independência do primeiro passo e o poder das palavras. Aí vem a fase dos porquês, quando começamos a questionar as coisas e a criar conceitos sobre elas. Nossa mente é tão fértil neste período, que tudo parece fantástico e possível.
Aí descobrimos que expectativa e realidade nem sempre andam juntas e que precisaremos errar algumas vezes até aprendermos a fazer da forma certa. Pode parecer um pouco dolorido no início, porém, acabamos reconhecendo mais tarde que nossos pais tinham razão em muitas coisas, e que a voz da experiência realmente tem o seu valor.
Depois da fase da “aborrecência”, na qual passamos por muitos conflitos em relação ao que esperamos da vida e o que ela tem para nos oferecer, começamos a amadurecer nosso intelecto, e a entrar, talvez, na fase mais arriscada de nossa existência, na qual podemos começar a aceitar as coisas como são ou simplesmente nos revoltarmos com tudo o que nos acontece.
Apesar de a escola e a internet nos trazerem informações sobre muitas coisas, isso não garante que fiquemos mais espertos. O conhecimento por si só, ao invés de expandir nossa mente, pode condicionar nossa forma de pensar se não levarmos à prática aquilo que aprendemos, e muitas pessoas acabam caindo nesta armadilha.
Quando deixamos de nos questionar sobre as coisas, paramos de fazer ciência. Sócrates, considerado o homem mais sábio da antiga Grécia, após uma vida de questionamentos, disse aos seus discípulos “Só sei que nada sei”. Como assim?!? Isso mesmo, reconhecer que não sabemos o suficiente, faz com que nossa mente esteja sempre em constante aprendizado.
Leonardo Da Vinci, em sua época, dizia que a experiência das coisas era imprescindível para o seu conhecimento. Segundo ele, o conhecimento destituído da prática era como um objeto em frente ao espelho, um tem substância e o outro nada é. Em um de seus manifestos sobre a verdadeira ciência, ele também complementa: “A experiência nunca erra; é só o nosso julgamento que erra em prometer a si mesmo resultados que não são causados por nossos experimentos.”
A curiosidade é o motor do saber humano. Quando temos um interesse genuíno por algo, nossos sentidos se expandem e aquilo que parecia até então limitado, de repente passa a oferecer infinitas possibilidades. Por isso que as melhores ideias geralmente surgem quando você está realmente interessado em resolver um problema, seja ele qual for.
Faça da sua vida o seu caderno de campo. Observe atentamente o que acontece à sua volta e procure, em cada experiência, um novo aprendizado. Esteja sempre aberto a novos conhecimentos e tente ver a particularidade de cada coisa. Uma flor nunca é igual a outra e entender o que faz de cada uma única e especial é praticar a ciência.
1 Estudo da posição do feto
Royal Collection, Windsor, 1510
Leonardo Da Vinci
One comment, add yours.
Leonardo
Muito obrigado pela sua apreciação, meu caro Gabriel.